Histórias Que Não Deviam Ser Contadas
Fonseca e Mancelos tem estilos de escrita, idades e realidades bem distintas: o primeiro é brasileiro, foi delegado de polícia, profundo conhecedor do submundo urbano carioca e nos deixou em plena pandemia. O segundo é português, adora poesia e cinema e tem vasta carreira acadêmica.
Além de homenagear Rubem Fonseca, que dispensa apresentações, Claudia Ventura e Alexandre Dantas pretendem apresentar ao público brasileiro o autor português João de Mancelos, professor universitário, escritor, produtor de espetáculos de poesia e colaborador em jornais e revistas. Mancelos tem trabalhos espalhados por várias antologias de prosa e poesia, e participa regularmente de encontros de escritores, e de conferências nacionais e internacionais. Licenciado em Estudos Portugueses e Ingleses pela Universidade de Aveiro, mestre em Estudos Anglo-Americanos pela Universidade de Coimbra, doutorado em Estudos Americanos pela Universidade Católica, e atualmente professor na UCP, em Viseu.
“O que você faria se estivesse no limite da dor, da culpa, da paixão, do medo?” HISTÓRIAS QUE NÃO DEVIAM SER CONTADAS dá voz a seis personagens que estão em situações limítrofes, diante do precipício e que ao desnudarem-se em suas confissões, aproximam o espectador das suas histórias, convocando-o para uma total cumplicidade.
HISTÓRIAS QUE NÃO DEVIAM SER CONTADAS foi criado em 2015, em Lisboa, Portugal, onde fez dois ensaios abertos na sede do Grupo Teatro Passagem de Nível.
Nesse mesmo ano foram realizados mais três ensaios abertos no Brasil – 1 no Teatro do SESI Centro e 2 no espaço do MIRATEATRO na UERJ.
Em 2016, com o patrocínio do Ministério da Cultura do Brasil, através do Projeto de Intercâmbio, volta a apresentar-se em Portugal na sede do Grupo Teatro Passagem de Nível e no Chapitô.
Em maio de 2017 o espetáculo HISTÓRIAS QUE NÃO DEVIAM SER CONTADAS estreou no Sesc Tijuca, onde fez temporada. Em junho de 2018 o espetáculo foi apresentado no Sesc Nova Iguaçu.
Em 2024 o espetáculo fará circulação por 9 cidades do Estado do Rio de Janeiro através do Edital Sesc Pulsar24.
O OUTRO (Rubem Fonseca): um homem é diariamente abordado por um mesmo pedinte na rua. As investidas do desconhecido vão tomando ares de assédio e exasperando o homem, que começa a tentar de todo modo fugir do pedinte. Até que eles se confrontam num encontro definitivo e perturbador.
A HISTÓRIA QUE EU NÃO DEVIA CONTAR (João de Mancelos): dois irmãos gêmeos vivem uma relação incestuosa e proibida. Convictos de que não podem viver um sem o outro, querem se libertar do jugo de seus pais e de toda a sociedade, nem que para isso tenham que tomar uma medida drástica.
O QUE SENTES QUANDO A CHUVA CAI? (João de Mancelos): um casal vive por um longo tempo o sofrimento da perda de seu único filho, e a mulher, atormentada, vive entre pesadelos e sustos acreditando ser a responsável pelo desfecho trágico da criança.
O BURACO NA PAREDE (Rubem Fonseca): um jovem aluga um quartinho num velho sobrado do centro da cidade, e descobre um buraco na parede por onde pode ver a filha da dona da pensão tomar banho. Obcecado pela jovem, ele se deixa enredar numa trama que culmina num assassinato.
Os atores Claudia Ventura e Alexandre Dantas utilizam telefones celulares e alguns poucos objetos para criar efeitos de som e iluminação ao longo das cenas. Valorizando a beleza e a contundência do texto, os dois atores dão vida aos diferentes personagens, seus conflitos e seus embates, sem mudança de cenário ou figurino.
A experiência vivida ao lado da Cláudia Ventura e do Alexandre Dantas nesse processo de criação deixa a certeza de que o fazer teatral é uma investigação sem fim. Por um período mais longo do que habitualmente
vivenciamos no processo teatral, buscamos narrativas e procedimentos cênicos que nos trouxessem mais questões do que soluções. Não estávamos interessados nas certezas, o prazer nascia das dúvidas
diz André Paes Leme, diretor.
O trabalho, que já foi apresentado em forma de processo em Portugal, recebeu a benção do autor João de Mancelos: “Para a Claudia Ventura e Alexandre Dantas, da Companhia Falácia, que têm levado à cena a minha história. Os meus irmãos brasileiros, quando pisam o palco, entregam-se apaixonadamente. O público adere em escassos minutos, num pacto ficcional, em que os espectadores fingem acreditar e os atores mentem tanto que chegam a ser as personagens cuja pele, maneira de ser e pensamento vestem. Ao contrário do que sucede no cinema, uma arte tão prostituída pelo comércio nos dias de hoje, no teatro não há segundos ou terceiros ‘takes’. É um ofício de risco, sem rede, exigindo uma preparação árdua e entrega total, instante a instante. Aqui, não existe celuloide ou digital a contar a história através de imagens, sombras e luz. Há apenas humanos para humanos, num palco que se confunde com o mundo. E assim é há milênios, desde as representações dentro de uma gruta ou caverna, o rosto dos atores mascarado pela cinza e pela bruxuleante luz da fogueira, até às mais modernas salas de espetáculo. O teatro é a literatura tornada viva pelo gesto e pela voz, num sortilégio imemorial. O pano ergue-se. Principia esse jogo que nos liberta da realidade mais insuportável. E torna o público e os atores, de novo, crianças, de alma aberta ao vento da ficção.”
SESC NITERÓI:
Data: 09 de agosto de 2024
Horário: 19h
Valor do ingresso:
Usuário R$ 10,00.
Comerciário: grátis.
Público geral PCG: grátis (programa de comprometimento a gratuidade). Idosos/estudante R$5,00
Endereço: R. Padre Anchieta, 56 – São Domingos, Niterói – RJ, 24210-050
SESC SÃO GONÇALO
Data: 16 de agosto de 2024
Horário: 19h
Valor do ingresso:
R$10,00 (inteira), R$5,00 (meia entrada);
Grátis (credencial plena, PCG e estudantes até 16 anos)
Endereço: Av. Pres. Kennedy, 755 – Estrela do Norte, São Gonçalo – RJ, 24440-490
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