Estamos seguros?
Márcio Kerbel
A notícia não poderia ser mais animadora. Um asteroide teve sua órbita alterada após a colisão com uma nave desenvolvida pela Nasa. A iniciativa é considerada um marco nos planos para proteger a Terra de objetos vindos do espaço.
Podemos, enfim, respirar aliviados. Afinal, não corremos mais o risco de um objeto espacial colidir com a Terra, sem que as nossas defesas sejam acionadas e desviem tal intruso para outras paragens estelares.
A salvos, podemos nos dedicar a nos defendermos de ameaças menos estranhas e bem mais conhecidas. Somos assombrados diariamente por notícias alarmantes sobre guerras, pandemias e tolos governantes que desconhecem os princípios da civilização e optam pela selvageria e barbárie.
Se asteroides podem ser desviados, podemos imaginar que florestas e oceanos possam resistir ao poder devastador do bicho homem, única espécie capaz de destruir o seu próprio habitat, sem piedade com as demais espécies que junto com o homo sapiens habitam este sagrado planeta.
Vamos precisar de todo mundo para fazer valer a preservação de nossa casa comum. A essa altura, ninguém está dispensado de organizar e conscientizar a sua coletividade para a defesa de um futuro com mais qualidade de vida.
A vida, em todo o seu esplendor, é capaz de sensibilizar quem não se deixou levar pela brutalidade de um modelo predatório, que faz do lucro e da luta pelo poder sua razão de ser. Ao construir equipamentos que realizam o que parecia impossível, a humanidade dá provas, de que pode sim, seguir um outro caminho que não seja a da destruição, mas a do respeito a toda e qualquer forma de vida que faz da Terra, um lugar privilegiado no Universo. Celebremos, portanto, a capacidade humana de se reinventar.
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