NOSSO WHATSAPP: (21) 96701-8652

Marcelino Melo estreia “Etnogênese” no MAC Niterói


Com curadoria de Emicida, Luiza Testa e Patricia Borges, o artista visual Marcelino Melo, conhecido como Quebradinha, estreou no dia 7 de setembro de 2024 sua primeira exposição individual no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC). A mostra, intitulada “Etnogênese – O Que É e O Que Pode Ser”, estará aberta ao público até 24 de novembro de 2024, apresentando 43 obras inéditas que incluem quadros, vídeos, fotografias e instalações.

A Inspiração por Trás da Exposição

Marcelino Melo, nascido em Carneiros, uma pequena cidade de 8 mil habitantes no sertão de Alagoas, se inspirou no termo “etnogênese” após ouvi-lo em um espetáculo teatral. A palavra, que se refere ao surgimento de novas identidades étnicas ou ao renascimento de grupos étnicos existentes, despertou sua curiosidade e desencadeou uma pesquisa profunda iniciada em março de 2023. O resultado é uma série de obras inéditas que exploram temas como a identidade, o corpo periférico e a territorialidade, reinterpretando a vida nas favelas.

A Exposição

Dividida entre o prédio principal do MAC e o Macquinho, espaço sociocultural no Morro do Palácio, a exposição “Etnogênese” vai além do espaço físico do museu. Ela propõe também ações educativas direcionadas à comunidade local. A série inédita traz novas interpretações sobre a visualidade das favelas e seus habitantes, explorando o conceito do corpo que habita esses territórios, utilizando máscaras em formato de casa para transformar a favela em um ser vivo feito de barro.

Marcelino destaca que o barro, material com o qual cresceu brincando no sertão de Alagoas, é um elemento central em suas obras. Para ele, o barro simboliza vida, memória e afetividade, sendo parte fundamental da construção das periferias. “O barro é meu norteador. Ele está presente nas comunidades, e vejo nele uma ligação profunda com o ser periférico”, afirma o artista.

O Processo Criativo e as Influências

Para a criação desta série, Marcelino mergulhou em diversas influências, tanto da música quanto da literatura e filosofia. Ele buscou inspiração em artistas como Chico Science, Nação Zumbi e Racionais MCs, além de escritores como Carolina Maria de Jesus e pensadores como Nego Bispo. Essas referências ajudaram a moldar o conceito de suas obras, que abordam a realidade das favelas e a construção de novas narrativas sobre essas comunidades.

Uma das obras de destaque é uma instalação com objetos variados, entre eles uma pistola pendurada, que Marcelino insere para discutir o imaginário da violência nas periferias, abordando a relação ambígua entre o objeto e o ser periférico. “A arma faz parte da construção desse imaginário, seja na mão do favelado ou como agente do Estado. Ela estará lá para provocar reflexões sobre o que é e o que pode ser”, explica.

A Curadoria

A exposição marca também a primeira incursão do rapper Emicida no mundo das artes visuais, que divide a curadoria com Luiza Testa e Patricia Borges. A conexão entre Emicida e Marcelino aconteceu por meio da obra do artista exposta no Centro Cultural São Paulo (CCSP), que chamou a atenção do rapper. Desde então, os dois começaram a trabalhar juntos, resultando na colaboração para “Etnogênese”.

Emicida vê a exposição como uma oportunidade de provocar reflexões profundas: “Nossa luta aqui é criar uma interseção entre o mundo das galerias e museus e o universo das favelas, que já deveria estar representado nesses espaços. Queremos que as pessoas saiam da exposição se perguntando se as favelas já não deveriam ocupar esse lugar de destaque”, afirma o curador.

Serviço

Etnogênese – O Que É e O Que Pode Ser
Abertura: Sábado, 7 de setembro de 2024
Visitação: De 7 de setembro a 24 de novembro de 2024
Horários: De terça a domingo, das 10h às 18h (entrada até 17h30)
Ingressos: R$16 (inteira) e R$8 (meia-entrada)

Local de venda de ingressos:

  • Bilheteria do museu (somente em dinheiro)
  • Online pelo site Sympla (cartão de crédito, PIX ou boleto)

Gratuidades e meia-entrada:
Crianças menores de 7 anos, estudantes da rede pública, moradores e naturais de Niterói, pessoas com deficiência e visitantes que chegarem de bicicleta têm entrada gratuita. Às quartas-feiras, a visitação é gratuita para todos.

Locais:
Museu de Arte Contemporânea de Niterói – Mirante da Boa Viagem, s/nº, Boa Viagem, Niterói
Macquinho – Rua Nair Margem Pereira, 1 – Ingá, Niteró

Comentários
Compartilhe esta matéria:

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.

Quer anunciar no jornal Diário de Niterói? Clique aqui e fale diretamente com nosso atendimento publicitário.

Quer enviar uma queixa ou denúncia, ou conteúdo de interesse coletivo, escreva para noticia@diariodeniteroi.com.br ou utilize um dos canais do menu "Contatos".